Conservadores
Marcos Fernando
Qdo eu morava no seringal comia muita conserva. Sardinha em conserva.
Conserva Bordom. Conserva de cortar ou
desfiar. Esquentava na caçarola . E quando fazia Tchisssssss!! Tacava
farinha e passava pra dentro. Uma farofa
de conserva no finzinho da tarde na beira da paxiúba... Hum... Nem cachorro
comia: pq num sobrava. Dava umas colheradas feias chega subia o nó na garganta.
E pra desentalar uma goladas mais feias ainda de café num caneco de lata de
leite condensado.
A conserva “conserva” a carne, ou o peixe, (o produto) enlatado por
mais tempo que sua viva natural. Não quero vida artificial. Quero das coisas o
que elas realmente são e não sua artificialidade.
Comi muita sardinha mas não sou conservador . Deus me livre de
conservar as dores, quero conservar as alegria, as utopias, os sonhos. As boas
memórias das coisas lembráveis para imprimir o futuro.