Arapucas do mundo
Por Marcos Fernando
Os vaidosos caem logo. São presas fáceis para o ego. Se envenenam com os elogios. Os ardilosos recorrem a rasgação de seda para seduzir os vaidosos. Vaidosos são presas fáceis, pois desligam o desconfiômetro e confiam no piloto automático das boas intenções alheias .
Quando eu era criança e morava no seringal armava arapucas para pegar juritis. Os pássaros espertos amam a liberdade. São matreiros, e talvez por isso não caiam em arapucas. Já as juritis. Coitadas, ávidas por satisfazer seus desejos mais primitivos de alimentar-se vinham bicar o milho e... Pofe! Caíam.
Hoje sinto pena das juritis. No entanto, naquela época, era implacável e devorava-lhes em saborosas farofas com café. Hoje sinto pena das juritis porque eram ingênuas. Sinto pena e gratidão por ter aprendido com a tragédia delas q precisamos está atentos para não cair nas muitas arapucas do mundo. E olha que são fartas as armadilhas espalhadas ao longo do nosso caminho.
Creio até que as escolas deviam ensinar nas salas de aulas a arte de evitar cair em arapucas. Mas às vezes, infelizmente, muitas vezes as “grades” curriculares ocupam os alunos com decorebanças sofismáticas. Não sobrando tempo para o ensino das artes das sobrevivências.